segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Acupuntura ajuda diabético em algumas situações

A acupuntura, técnica de tratamento que utiliza agulhas e foi desenvolvida há pelo menos 5 mil anos na China, pode ajudar o portador de diabetes que ainda tem reserva de insulina no organismo a otimizar seu metabolismo. “A acupuntura facilita a liberação de determinados neurotransmissores que interferem no mecanismo metabólico”, explica o médico Maurício Brigagão Verderame, especialista na técnica. Ele enfatiza, entretanto, que essa otimização só pode ocorrer nos indivíduos que ainda têm alguma produção de insulina, não tendo efeito quando não há mais nenhuma reserva do hormônio no organismo.

A técnica milenar também pode ser auxiliar no tratamento do estresse. Períodos de estresse e fortes oscilações no humor podem interferir no comportamento da glicemia e a acupuntura pode ser uma ferramenta adicional para lidar com essas situações. Mas Verderame lembra que para lidar com situações emocionais que podem alterar significativamente o humor, o tratamento principal é a psicoterapia. A acupuntura poderia, nesses casos, funcionar como coadjuvante no tratamento.

Por ser uma técnica bastante eficaz no alívio da dor, a acupuntura pode ser uma aliada para diabéticos que tenham sofrido amputação e precisem adaptar-se a uma prótese. “A acupuntura pode ajudar no relaxamento muscular, o que é às vezes prejudicado pela presença de dor”, explica Verderame. Ele acrescenta que, se os nervos tiverem sido prejudicados pela neuropatia diabética, a acupuntura não será eficaz, uma vez que a técnica precisa que o sistema nervoso esteja intacto para funcionar.

“A acupuntura é bastante indicada no tratamento de patologias dolorosas, mas não tem efeito sobre nervos prejudicados em sua função”, destaca o médico.

Verderame explica que a técnica se baseia no princípio de que o corpo humano tem um conjunto de trajetos energéticos que não correspondem obrigatoriamente aos trajetos de vasos e nervos. Esses trajetos energéticos é que são percorridos pelas agulhas utilizadas na acupuntura com o objetivo de trazer à tona de forma equilibrada a energia vital, chamada de Qi em chinês, porque a falta ou o excesso de energia é que criam um campo apropriado para o surgimento de doenças.

A definição dos pontos a serem espetados com as agulhas é feita após uma consulta em que o médico procura recolher a maior quantidade possível de informações sobre o paciente e seus problemas. Cada sessão pode durar de 20 a 30 minutos e é geralmente realizada uma vez por semana, número que pode ser ampliado se o paciente estiver com dor.

As agulhas utilizadas na acupuntura são descartáveis, para impedir a contaminação por doenças como a hepatite ou a Aids. Há pacientes que possuem seus próprios jogos de agulhas. O material utilizado na sua confecção costuma ser o aço, mas existem algumas feitas em cobre, bronze ou mesmo ouro. São flexíveis e sua espessura gira em torno de 0,30 a 0,40 mm.

O acupunturista explica ainda que é possível que no começo da aplicação a pessoa sinta um pouco de dor em função da picada, porém esta cessa em pouco tempo, com uma sensação de adormecimento ou peso no local, sendo comum pacientes dormirem durante a sessão. A profundidade da penetração também é variável, em função do local de aplicação. Regiões como a da mão requerem aplicações de no máximo pouco mais de uma polegada, enquanto na região glútea, a do “bumbum”, onde há bastante músculo e pouca inervação, a aplicação tende a ser mais profunda.

“A acupuntura é bastante indicada como técnica analgésica, mesmo em conjunto com a administração de medicamentos, podendo haver uma sinergia com os efeitos do remédio”, explica Verderame, acrescentando que a técnica libera a produção de endorfinas, que são substâncias analgésicas produzidas pelo organismo. Ele reforça, entretanto, a afirmação de que essa não é uma terapêutica exclusiva, ou seja, não dispensa o uso da medicação indicada para cada patologia. No caso do diabético, a acupuntura não dispensa o uso de hipoglicemiantes, sejam eles orais ou insulina.

O médico lembra ainda que a acupuntura não apresenta contra-indicação. Em geral, a técnica só não é recomendada a hemofílicos, podendo ser utilizada sem receios em diabéticos com problemas de coagulação.

Originalmente publicado no Portal Diabetes.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Acupuntura é aliada contra a dor e efeitos adversos

Olá!

A acupuntura promove benefícios significativos em uma série de quadros de problemas de saúde, entre os quais estão o câncer. Na entrevista abaixo, explico um pouco sobre o que a acupuntura pode fazer por pacientes em tratamento. Confira abaixo:



"Uma das terapias complementares que podem ajudar o doente de câncer é a acupuntura. Indicada no alívio da dor, a acupuntura é uma ferramenta que pode ser vantajosa durante qualquer fase do tratamento, porque não exclui nenhuma outra terapêutica nem apresenta incompatibilidade com qualquer medicamento, seja ele voltado para a redução da dor ou para o combate ao câncer propriamente dito, explica o médico acupunturista Maurício Brigagão Verderame.

“A acupuntura ajuda a minimizar a dor e pode até reduzir a necessidade de medicamentos específicos para o controle da dor”, explica Verderame, ressaltando que a redução no uso de medicamentos não se aplica àqueles voltados diretamente ao combate ao câncer, como os quimioterápicos.

O médico lembra que a terapia do câncer, de comprovada eficácia principalmente quando a doença é diagnosticada precocemente, permanece a tradicional, o que inclui radioterapia, quimioterapia e cirurgia, em determinados casos. Mas ele explica que a acupuntura pode servir ainda para reduzir os efeitos adversos da quimioterapia, como náuseas, vômitos e dores de cabeça.

Para a aplicação da técnica, o médico utiliza agulhas descartáveis feitas em aço inox. “Não se justifica mais o uso de outros materiais ou de jogos de agulhas que o paciente mantenha em seu poder e traga na consulta seguinte”, afirma Verderame. O uso das agulhas descartáveis garante a segurança do procedimento e dá maior tranquilidade ao paciente, principalmente se ele estiver com sua imunidade em baixa em função da quimioterapia.

As sessões duram cerca de 45 a 50 minutos e podem ser feitas de uma a três vezes por semana no máximo. As agulhas são colocadas em pontos de ação geral para tratamento de dores e em outros específicos, dependendo do local onde o paciente sente dor.

O acupunturista explica que a técnica visa a estimular a liberação de neurotransmissores como a endorfina, que são o equivalente interno do organismo aos opióides, utilizados no combate à dor, e a serotonina, equivalente aos antidepressivos químicos empregados para potencializar os analgésicos administrados contra a dor.

A duração dos efeitos da acupuntura varia em cada paciente. Para uma minoria essa técnica não surte efeitos, para outros o alívio pode ser grande. Embora a legislação brasileira admita que a acupuntura possa ser praticada por profissionais não médicos, é aconselhável que o paciente com câncer, por passar por fases de maior debilidade, escolha um profissional médico para essa técnica."


Esta entrevista foi originalmente publicada no site Quimioral.

Apresentação

Olá!

Este será um espaço para a divulgação dos benefícios que a acupuntura oferece, bem como para apresentar novidades na área e auxiliar a comunicação entre médico e paciente no ambiente virtual.

Farei aqui também alguns comentários sobre a vivência de consultório e o que aprendo ali.

Seja bem-vindo!

Sinta-se à vontade para fazer perguntas, sugestões, pedir informações. Este espaço também é seu!

Um abraço,

Dr. Maurício